A Desconhecida, escrito por Peter Swanson e publicado pela editora parceira Novo Conceito, promete apresentar uma história sombria com um quê de Hitchcock.
Antes de continuar, para aqueles que desconhecem, quando o livro diz "Hitchcock", ele se refere ao diretor cinematográfico Alfred Hitchcock, conhecido por ser o mestre o suspense e dirigir, entre outros, os clássicos filmes Psicose e Os Pássaros.
Feita essa ressalva, percebemos que a promessa feita é de grande responsabilidade, o que cria grandes expectativas.
Logo no prefácio, o Autor nos apresenta o protagonista, George Foss, que está a procura de algo que nem ele sabe o que é, deixado por uma pessoa ainda não apresentada na história, mas que presumimos ser a desconhecida a que o título se refere. Por óbvio, essa simples apresentação já é suficiente para começar a nos intrigar.
Quando a história de fato se inicia, somos apresentados a um George normal que leva uma vida chata (um adulto que trabalha com algo que não é exatamente o que gosta, mas que é suficiente, e cuja vida amorosa é confortável e descomprometida) mas motivada por sua obsessão em reencontrar uma antiga paixão da juventude, uma fugitiva da polícia.
Ainda logo no início, George sem querer (ou ao menos ele assim acha) encontra sua paixão em um dos bares que frequenta assiduamente, dando início, assim, a toda a trama proposta.
A história do início ao fim manipula o leitor de forma razoalvelmente eficaz, pois acompanhamos a história na perspectiva de um homem cegamente apaixonado e bastante influenciável, o que torna a trama um mistério ansioso por ser desvendado e consideravelmente traiçoeiro.
Nesse sentido, até certo ponto, a história de fato cumpre o prometido, ou seja, apresentar um mistério inspirado nas histórias contadas no cinema pelo mestre Hitchcock, contudo, a criação das conspirações e mistérios acaba se desenrolando de forma infantil e transmite a ideia de que a escrita do autor é imatura.
Assim, na minha concepção, a história que durante boa parte de seu transcurso apresentava grande potencial acabou se perdendo diante da aparente "falta de prática" da escrita do autor, o que influenciou negativamente na resolução da trama e consequentemente na desestruturação da lógica do suspense.
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