terça-feira, 22 de setembro de 2015

Resenha | Psicose, de Robert Bloch

Cresci assistindo aos clássicos do cinema que meu avô me indicava: Por Quem Os Sinos Dobram, A Um Passo da Eternidade, entre tantos outros. No entanto, o que mais me encantou e surpreendeu foi "Psicose", de Alfred Hitchcock.

A partir do momento em que conheci o filme, comecei a ler bastante sobre os bastidores e sobre o desenvolvimento da história, até que descobri que o filme era baseado em um livro, de mesmo nome, escrito por Robert Bloch. Enlouqueci! Precisava encontrar o livro! Então minha epopeia teve início.

Procurei enlouquecidamente nas livrarias e sebos durante anos e nunca encontrei! Estava prestes a desistir quando a Darkside Books decidiu republicar o título no Brasil! Viva!

A editora disponibilizou duas edições: uma de capa dura (foto acima) e uma mais simples, ambas com o mesmo conteúdo.

E assim meu sonho virou realidade.

Psicose, de Robert Bloch, deveria ser incluído no rol de livros indispensáveis, não apenas em razão de sua história criativamente bem construída, mas, sobretudo, devido a qualidade da escrita, que são requisitos essenciais para uma boa leitura.

A trama, aparentemente, acompanha o drama de Mary, uma jovem que acaba de roubar o dinheiro de seu chefe para poder construir sua vida ao lado do amado, enquanto foge da cidade e tenta se manter anônima.

Durante o percurso, Mary para em um pequeno hotel de beira de estrada, o Hotel Bates, onde decide passar a noite e acaba conhecendo um dos donos, Norman Bates.

Após alguns minutos de conversa com seu hospedeiro, a jovem decide ir para o quarto e descansar, porém, durante o banho, é surpreendida ao ser violentamente assassinada. E é aí que a história começa a ficar interessante.

A história de uma hora para outra tem uma reviravolta. A fuga de Mary, até então protagonista, se torna o menor dos problemas, e o ponto central passa a ser a descoberta da identidade do assassino e o que o levou a tomar uma medida tão extremada.

Assim passamos a pensar: seria o inofensivo Norman o assassino? Talvez sua mãe doente e irritadiça? Ou um dos hospedes do hotel? Ou, ainda, o chefe de Mary que descobriu seu paradeiro? Todas as hipóteses são possíveis e apenas Bloch pode nos guiar até o terrível desfecho.

Quanto a leitura, a narrativa é tão fantástica quanto o filme, mesmo apresentando algumas variações, e cumpre a ideia do autor de interligar os aspectos da história e as características do personagem com a história real de Ed Gein, um dos psicopatas mais assustadores da história americana e "muso" inspirador de diversas histórias de terror e suspense.

Por fim, posso dizer que valeu a espera e a busca pelo livro pois a história é maravilhosa e a edição espetacular. A leitura pode ser realizada em um único dia de tão fácil e eletrizante que é e o livro é ainda mais fácil de ser colocado na lista de releituras constantes, ou seja, uma perfeita reunião de pontos positivos que todo leitor sonha em esbarrar por aí.

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