terça-feira, 22 de setembro de 2015

Resenha | Saga Encantadas: Veneno, Feitiço e Poder, de Sarah Pinborough


De uns tempos para cá, a moda é adaptar os clássicos contos infantis e/ou readaptar histórias, como as da Disney, muito devido à série de televisão Once Upon a Time (acredito) que conseguiu fazer um mix cativante dessas histórias.

Seguindo esse embalo, além de assistir à série assiduamente (e ser uma evil regal), comecei a observar as reações da literatura em relação a essa nova tendência e descobri alguns livros: Fairest of All: A Tale of The Wicked Queen (já tem resenha aqui no blog), o Livro dos Vilões, O Livro das Princesas e a Saga Encantadas: Veneno, Feitiço e Poder (que é o tema desta postagem).

Veneno possui como subtítulo “repense os seus vilões”, confesso que foi essa frase que me fez comprar os livros, e tem como tema principal a história da Branca de Neve. Diferentemente de Fairest Of All, na história de Veneno, a relação entre Branca de Neve e a Rainha é desde sempre conturbada, talvez em razão da idade aproximada das duas e o comportamento selvagem da Princesa. 

De forma resumida, pode-se dizer que Veneno segue a história original: o Rei morre, a Rainha manda o caçador matar Branca de Neve, a Princesa foge e passa a morar com os anões, a madrasta descobre e faz Branca de Neve comer a maçã envenenada e, por fim, a Princesa amaldiçoada é despertada pelo Príncipe encantado. No entanto, o diferencial do livro está nas “entrelinhas”, fazendo questão de deixar bem claro que nada é o que parece.

O primeiro livro termina de uma forma que é impossível não começar a ler o seguinte imediatamente. Assim, o segundo livro, Feitiço, que se tornou meu favorito, tem por tema a história da Cinderela e, assim como o primeiro, segue a trama original: Cinderela mora com a madrastas, duas irmãs e o pai (ok, o pai não está presente na história original, mas vamos dar um crédito) e vive sonhando com o dia em que conhecerá o Príncipe. Um dia, a mãe e as irmãs são convidadas para um baile no castelo, onde o herdeiro do trono escolherá sua futura esposa. Cinderela, ao não ser convidada, fica muito triste e acaba recebendo a visita de sua fada madrinha, que a ajuda a ir ao baile. Chegando na festa, a menina, usando sapatinhos encantados, chama a atenção do príncipe, que a escolhe como futura esposa e bla bla bla. Cinderela, como orientado pela madrinha, sai do baile a meia noite, apressada, e acaba esquecendo um de seus sapatinhos. O príncipe vai atrás da dona do sapatinho, encontra Cinderela e vivem felizes para sempre (só que não). Mais uma vez, o livro faz questão de mostrar de forma gritante que nem tudo é o que parece ser.

O último livro, e o que menos gostei, Poder, conta a história de a Bela Adormecida, embora também faça referências à história de Rumplestinski (minha favorita de todos os tempos) e de A Bela e A Fera. Esta história se passa em um tempo anterior ao primeiro livro e mostra o Príncipe encantado em sua primeira grande aventura: conquistar os tesouros perdidos na cidade que ficou esquecida ao ser envolta em uma muralha de espinhos. 

Por óbvio sabemos que por trás da muralha está a Bela Adormecida.

Este livro é o que menos segue a história original e mistura várias outras. No entanto, vou evitar falar muito sobre este livro pois o seu simples enredo já um spoiler bombástico sobre os livros anteriores.

Posso dizer que gostei bastante da saga (trilogia?), pois é sempre interessante ver vários personagens que fizeram parte da infância seguindo rumos diferentes ou nos mostrando realidades alternativas. Mas o mais legal de tudo é que a Autora conseguiu amarrar as histórias dos três livros como se fossem uma só. Mágico!

No entanto, os três livros me deixaram traumatizada por toda a eternidade ao abordarem um cunho erótico em muitas partes. Sério, não é fácil saber o que rolou na lua de mel da Branca de Neve ou descobrir que a Rainha Má teve um caso com o caçador. 

Mas, por fim, posso dizer que a saga conseguiu me cativar, mesmo me traumatizando, e certamente entrou para a minha lista de adaptações/releituras favoritas.

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